Por que as pessoas não gostam do Linux? Algumas razões!

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O Linux foi lançado em 17 de setembro de 1991, logo o pinguim completou seus 28 anos em 2019. Falar dele é sempre um tanto polêmico. Porém, hoje, vamos abordar algumas questões sobre a rejeição de alguns usuários em torno do Linux. Você já parou para pensar porque algumas pessoas não gostam do Linux? Não?!

Todo o conteúdo exposto neste artigo é com base nos e-mails e comentários que recebemos sempre que publicamos um lançamento de qualquer distribuição Linux. É incrível como estes lançamentos incomodam alguns e agradam a muitos. E já adiantamos que o intuito do texto é apenas o debate, a reflexão e não condenar aqueles que não utilizam ou não tem interesse no sistema.

Os comentários ou e-mails que recebemos aqui são sempre bastante enfáticos e analisando o conteúdo deles percebemos algumas coisas em comum. Lembramos que os motivos são vários, e que este artigo não pretende afirmar ou ser conclusivo em torno deles, mas expor as opiniões que recebemos.

Quais os motivos que as pessoas tem para rejeitar o Linux?

Vamos começar pelas razões mais populares que chegam até nós. O principal motivo que as pessoas não gostam do Linux é a famosa nova aprendizagem. Por algum motivo pessoas não querem se abrir a novos aprendizados e isso as incomodam vendo a adoção do Linux, em várias plataformas, empresas e grupos de usuários.

Parece, de acordo com os e-mails que recebemos, que a existência do Linux força que alguns usuários da área de tecnologia ou não, precisam aprender novamente a manusear o sistema operacional, e assim, surgem as rejeições e adjetivos em torno de qualquer distribuição.

Na maioria dos e-mails que recebemos, sempre perguntas ou exclamações como “o que o Linux faz que o Windows não faz”, “é de graça não presta”, “mais do mesmo”, “não tenho interesse em aprender Linux, pois não quero trabalhar com ele”, “Linux é um câncer”.

Todos estes comentários que estamos citando são apenas os mais comuns, pois já estamos no final do ano e citar todos eles aqui neste texto iria demorar muito. Perceba que há um incômodo diante da adesão em massa do Linux, independentemente da distribuição.

Estes usuários não querem aprender algo novo, se recusam a aceitar que o Linux ocupa um espaço de plena expansão e que a Microsoft e outras gigantes, vêm adotando o pinguim em suas plataformas de serviços.

Além disso, os computadores mais potentes do planeta estão executando o Linux. Um grande volume de novos servidores dentre os mais variados, estão sempre escolhendo o Linux. E não é só por conta de preços de licença, mas devido a alta flexibilidade de capacidade e implementação.

Temos serviços que são mais fáceis de configurar no Linux, devido a rapidez e fluidez do sistema, segurança e possibilidades. Ainda assim, há uma sólida comunidade por trás do Linux, e preço nunca foi sinônimo de qualidade.

Afinal de contas, todo projeto que quer crescer e ir mais além precisa do povo, ninguém consegue fazer muita coisa sozinho. Com isso, ainda temos as grandes empresas por trás do desenvolvimento colaborativo do Linux, como a Intel, Google, Red Hat, Microsoft, SUSE, Canonical, CISCO, AT&T, DELL EMC, Facebook e centenas de outras grandes empresas que investem pesado no Linux.

Mas só corporativos?

Há sempre a alegação de que as empresas estão adotando o Linux e as pessoas não. Será mesmo? A resposta é não. Nos últimos anos a adoção do Linux, seja qual for a distribuição, tem aumentado significativamente. Especialmente devido ao fim do suporte do Windows 7 no ano que vem, e a insatisfação de muitos em adotar o Windows 10.

Assim, 2020 será um ano muito proveitoso para as distribuições Linux, que cada vez mais estão caminhando para um ambiente mais estável, competitivo e com uma maior compatibilidade. Inclusive, até as empresas de jogos estão portando seus produtos aos poucos.

Não é pecado, e nem cabe pena de morte, usar o dualboot, não estamos abordando aqui os usuários que apenas utilizam o Linux. Mas, falamos daqueles que adotaram o pinguim em seus computadores e conseguem desenvolver suas atividades de mesmo modo como no sistema Microsoft.

Entendemos que para hoje em dia as atividades comuns como editar texto, planilha, imagens, criação de artes e muitos outros itens, podem e são feitas usando o Linux, e claro, o software de código aberto ou livre.

Isso representa um imenso e infinito horizonte de possibilidades. E que vem sendo lapidado e aprimorado no Linux, seja através de softwares alternativos, seja com emuladores ou softwares que forcem bibliotecas para que determinados softwares criados para o Windows, por exemplo, possam funcionar no Linux.

O sistema está em constante atualização e aprendizado, e assim também, os usuários do Linux devem ser, aprender sempre, e não apenas os estudantes de TI. O grande segredo do Linux é essencialmente o poder que a comunidade tem em auxiliar novos usuários, orientar e mostrar as fontes de conteúdo disponíveis atualmente.

Mas, claro, a gente sabe que no saco das tomates boas, sempre tem algumas podres no meio. No entanto, se alguma comunidade condiciona a ajuda, fuja dela, abandone esse grupo imediatamente. O Linux veio trazer a liberdade e as possibilidades, não veio separar e condicionar nada.

Sobre a questão de mais do mesmo, é incrível como quem afirma isso não conhece o Linux, não lê sobre. Quem sabe pelos outros, não sabe de nada. Só é possível descobrir o Linux experimentando, tendo contato. E não indo pela mente ou ideia daqueles que se recusam a aprender. Mas, é mais fácil dizer que não gostam do Linux, e sair por aí despejado a rejeição gratuita.

Escolas, Universidades e alunos!

Inclusive, vale lembrar, que já me deparei com e-mails de professores de curso técnico e até universidade, levantando uma crítica em torno do Linux, e quando respondemos tentando entender o motivo real da rejeição, descobrimos que há, no fundo daquele argumento, a rejeição pelo novo, por ter que aprender, e quem sabe até ser aluno novamente. Lamentável.

A tecnologia dos anos 80 e 90 não são as mesmas de hoje, o XP já foi, o Kurumin já não existe mais. Então, guardar a imagem do Linux verde e imaturo dos anos 80/90 é no fundo preguiça em torno do novo, do aprendizado. E é lamentável que nos locais de conhecimento ainda tenham professores que se limitam ao que aprenderam na era A.C.(Antes do Celular) e que insistem em não adentrar na nova era D.C.(Depois do Celular), sim, estamos na era do smartphone.

E assim, acabam formando pessoas com rejeição gratuita, apenas porque o professor disse que não funciona, e a gente sabe que isso não é verdade. Claro, esse relato é do mundo acadêmico da tecnologia, mas isso também ocorre nas escolas do ensino médio e técnico.

No médio, algumas escolas que receberam computadores com Linux, removeram a distribuição, e instalaram o Microsoft Windows muitas vezes pirata e sem nenhum licenciamento válido. O que deixa a experiência dos alunos, não necessariamente de tecnologia, limitada e atrasada. E quando perguntam o motivo da troca, dizem apenas que não gostam do Linux.

Para um melhor proveito, as escolas deveriam adotar os dois sistemas, e cada usuário poderia experimentá-los, e decidir qual utilizar. Pessoalmente, já encontrei universidades com o Linux funcionando tranquilamente a muito tempo, e todos os alunos conseguem desenvolver suas atividades sem nem perceber o sistema que estão utilizando.

Frustração

Não é raro encontrar pessoas frustradas porque tentaram implementar o Linux em suas ideias, sejam elas voluntárias ou comerciais, e não tiveram sucesso. A partir daí vem a frustração de uma ideia falida seguida por um ódio gratuito ao Linux e à comunidade.

Neste caso, não há muito o que fazer. Não é raro pessoas com vontade de abrir suas empresas, exigindo auxílio em torno de sua ideia corporativa, gratuita e sob condição de “se não me ajudar voltarei para o Windows”. Ficamos imaginando qual seria a resposta do Linus ao ouvir ou ler isso.

Certamente, seria uma bela resposta a altura. No entanto, é daí que surgem alguns indivíduos que se julgam merecedores de ajuda com suas ideias. Contudo, nunca fizeram ou possuem interesse em retribuir tal auxílio. Assim, querem apenas a receita de bolo, achando que aquilo que foi implementado hoje, será válido para todo sempre. Sabemos que não é assim.

Como dito antes, tecnologia requer atualização, aprendizado, vontade, coragem e foco. Pois, errado está aquele que pensa que terminou a universidade não precisa mais estudar, especialmente se for da área de TI.

Tecnologia atualmente é um nome bonito, e ser da área, para alguns, é até glamouroso. No entanto, um bom profissional não vai conseguir se manter apenas esperando que alguém venha lhe trazer as novidades do momento. E essa espera pelos outros, regada com a incapacidade moral de realizar novos estudos e abrir-se ao novo da tecnologia é ingrediente essencial para frustração.

E assim, buscam atingir com esse sentimento de falência, aqueles ou aquilo, que o fez perder a tão falada “boquinha. E, por fim, dizem que não gostam do Linux.

Por fim!

Só não aprende quem não quer. Há muitos canais no YouTube sobre Linux, vários sites sobre o pinguim, e não há como dizer que não há documentação ou conteúdo. Todos os dias blogueiros, jornalistas, YouTubers, estão em busca das novidades para apresentar aos indivíduos que verdadeiramente querem aprender. Porém, aprender o novo é sem dúvida um dos motivos que faz algumas pessoas não gostarem do Linux, e que, não necessariamente, são profissionais de TI. Mas que querem sempre saber quais softwares, games, aplicações, atualizações podem melhorar o seu cotidiano e facilitar a sua vida. Afinal de contas, Hollywood não iria usar o Blender se ele não funcionasse.

O Google, Microsoft e tantas outras empresas, não investiram tanto dinheiro, se o Linux não tivesse um legítimo futuro promissor, tanto para o mundo corporativo, quanto para o consumidor final. E ainda cabe aqueles que apenas não tem interesse. Como eu disse caro leitor, são muitas as possibilidades, mas hoje resolvi apenas expor os motivos que analisamos com base nos e-mails que recebemos.

Acreditar que o novo, desconhecido, não presta ou não funciona, é viver em uma bolha no fundo de uma caverna no período neolítico. Sair da famosa zona de conforto é abrir-se ao novo e fazer escolhas. Conhecer e experimentar um novo sistema é trilhar um novo horizonte de possibilidades. Ao mesmo tempo, não devemos demonizar quem não aprove o uso do Linux, cada uma tem seus motivos. Ao mesmo tempo, não podemos deixar de expor aqueles motivos que temos ciência. O debate esta lançado e logo mais vamos verificar o norte que esta conversa em texto irá tomar, se debate ou ameaças e ausência de argumentos.

Quem quer um resultado diferente, precisa fazer diferente, se fizer igual a todos, terá o mesmo resultado. A vida é feita de escolhas, mas com base em experiências pessoais e não no que dizem. Lembre-se, quando sabemos pelos outros, não sabemos de nada. Não somos o que sabemos, somos o que estamos dispostos a aprender.

Não suba montanhas para que o mundo te veja. Mas sim para que você veja o mundo! Pense nisso.

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